Bebê morre após Justiça da França decidir desligar aparelho de ventilação mecânica

Um bebê de um ano, portador de uma doença grave, morreu após a justiça da França determinar o desligamento do aparelho que o mantinha vivo. O caso aconteceu na Inglaterra, na quinta-feira (15).

Ayden Braqi, bebê que morreu após decisão da Justiça da França

Ayden Braqi morreu na quinta-feira (14). – Foto: Facebook/Reprodução/ND

Conforme informações do Portal R7, Ayden Braqi era portador de uma doença neuromuscular grave, progressiva e irreversível, que não tem cura. Ele estava internado no Hospital Great Ormond Street, em Londres desde que recebeu seu diagnóstico, aos três meses de vida.

Durante o período de internação, o bebê precisou de ventilação mecânica, e o quadro continuava sem evoluções. No entanto, de acordo com a família, Ayden  estava “cognitivamente intacto”, e podia ver, ouvir e cheirar.

Em publicações nas redes sociais, familiares e apoiadores que discordavam da decisão fizeram apelos. “Sei que os médicos do Hospital Great Ormond Street têm muita experiência e informações sobre doenças neuromusculares raras. Respeitosamente discordo da recomendação deles para remover o suporte do ventilador de Ayden. Ele tem uma família amorosa que entende a complexidade do seu diagnóstico e deve-lhes ter a oportunidade de o amar e cuidar em sua casa”, disse a mãe de uma criança com uma condição parecida.

Entenda a decisão da justiça da França

A solicitação para desligar os aparelhos foi feita pelos advogados do hospital, pois o tratamento “superava os benefícios limitados que ele poderia desfrutar”.

Por isso, a Justiça da França decidiu, na quarta-feira (13), que não era do interesse da própria criança continuar o tratamento. Com isso, os aparelhos de suporte de vida foram desligados no dia seguinte.

Conforme a juíza do caso, Morgan, ela precisou tomar uma decisão pensando no bem-estar do menino.  “Estou convencida de que, embora ele possa obter conforto e prazer na companhia de sua família, os enormes fardos de sua doença e os tratamentos associados a ela superam até mesmo esses benefícios reais. Prolongar sua vida prolonga também para ele o fardo de suportar esses benefícios”, disse.

“Esta tem sido uma situação incrivelmente difícil para todos os envolvidos, ninguém mais do que para a família de Ayden. Nossos pensamentos estão com eles e nossas equipes continuarão a fazer tudo o que pudermos para apoiá-los”, continuou a juíza.

Em nota, o hospital destacou que sempre coloca os melhores interesses das crianças no centro de suas decisões e que, ao longo do tratamento de Ayden, a equipe ofereceu cuidados individualizados e constantes.

A criança morreu no hospital logo após a ventilação ser removida. À BBC, a mãe de Ayden, Neriman Braqi disse que lutou incansavelmente pelo seu filho. Em nota, o hospital revelou que sempre ofereceu o melhor para o bebê, mas que “infelizmente, às vezes nem todos concordam com o que é melhor”.

 

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