Casos suspeitos de violência policial na PB crescem 650% em três anos, apontam dados da PM


Números são da Corregedoria da Polícia Militar e foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Polícia Militar da Paraíba teve salto de processos sobre violência policial contra a população
Divulgação/PM
Dados da corregedoria da Polícia Militar da Paraíba mostram que, num intervalo de três anos, entre 2021 e 2023, o número de investigações abertas para averiguar violência policial no estado cresceu mais de 650%. A informação foi obtida pela CBN Paraíba por meio da Lei de Acesso à Informação.
Em 2021, por exemplo, foram 13 procedimentos abertos preliminarmente com 14 policiais envolvidos. Em 2023, os números eram completamente diferentes: 108 procedimentos com 92 policiais investigados. A diferença é 657,14% a mais.
Outro detalhe é que os números continuam crescendo. Isso porque, apenas nos primeiros oito meses de 2024, no período que corresponde entre janeiro e agosto, já são 93 procedimentos envolvendo 109 envolvidos.
Pegando como base o número de policiais envolvidos, o aumento chega a 778% entre 2021 e os primeiros meses de 2024.

Protestos
Nesta sexta-feira (15), moradores do Colinas do Sul em João Pessoa fizeram um protesto por conta da morte de um homem, alegando que a vítima foi morta pela Polícia Militar. A polícia não confirma a informação.
Um outro caso envolvendo suspeitas de violência policial aconteceu na última segunda-feira (11), quando dois moradores da Comunidade da Feirinha, de 20 e 16 anos, foram baleados.
A ação, inclusive, provocou protestos na terça-feira (12) em João Pessoa, quando a população bloqueou a avenida Josefa Taveira, de Mangabeira.
Protesto na Josefa Taveira, importante avenida de João Pessoa
TV Cabo Branco/Reprodução
Segundo o corregedor da PM paraibana, coronel Márcio Bergson, houve um confronto nesse caso.
“Houve confronto, os três indivíduos que foram alvejados têm passagem pela polícia, armas foram apreendidas no local, a polícia prestou socorro, deu suporte, prendeu, registrou em delegacia, tudo devidamente como deve ser feito. E no final da história a população faz manifesto dizendo que houve excessos por parte da polícia”, comentou.
Treinamento e direitos humanos
O coronel Márcio Bergson ponderou que o treinamento continuado da corporação, numa pauta baseada nos direitos humanos, é a saída para uma melhor relação entre PM e população.
“A polícia tem sido treinada, capacitada, aprimorada em todos os aspectos. A gente tem uma política de direitos humanos para que não haja abuso por parte do policial”, destacou.
Ele frisou também que há na PM uma “formação voltada para os direitos humanos e para a preservação da vida” e que é necessário “continuar com o treinamento e com a capacitação continuada” para diminuir os casos de abuso.
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