Caso Karize: Exame em ossada pode ficar pronto antes do prazo

O exame para confirmar se a ossada encontrada em Palmas (PR) na última sexta-feira, 8, é da advogada Karize Ana Fagundes Lemos, pode ficar pronto antes do prazo. Em coletiva de imprensa, o delegado da DIC de Caçador, Matusalém Machado, citou o prazo de até 30 dias para a elaboração do laudo. Porém, o resultado definitivo pode sair antes.

“A confirmação demanda de um laudo pericial, possivelmente por comparação de arcada dentária. Existe um prazo de até 30 dias, mas não conseguimos precisar porque será feito por peritos do Paraná, tendo em vista que a ossada foi encontrada no estado vizinho”, disse o delegado.

Os restos mortais foram encontrados em uma área de mata, 35 km antes de chegar na cidade de Palmas, no Paraná, adentrando em uma estrada de terra distante 1 km da rodovia, nas proximidades das usinas eólicas, a partir de investigações conduzidas pela DPCAMI de Caçador, junto com a DIC. Os ossos estavam espalhados.

De acordo com Matusalém, apesar da não confirmação oficial, a polícia tem fortes indícios de que a ossada é de Karize. “Primeiro a coloração do cabelo, depois a presença no local de um roupão e de um cobertor que seriam da vítima. Ela inclusive aparece em fotos com esses objetos, que foram encontrados junto com os restos mortais”, acrescentou.

Sobre como a polícia descobriu o local da ossada 40 dias depois do desaparecimento da advogada, o delegado da DIC lembrou que o caso era complexo, por não haver testemunhas e pelo silêncio do autor confesso do crime.

“A Polícia Civil dispõe de várias técnicas, e algumas delas foram usadas durante as investigações para encontrar esse local. Não podemos informar qual foi a estratégia para não atrapalhar essa e também outras investigações”, explicou o delegado, garantindo que não foi através de denúncia, já que a área é extremamente isolada.

Investigação avança, mas suspeito mantém silêncio

O principal suspeito do crime, companheiro de Karize, permanece preso preventivamente em Guaíra (PR). Ele foi detido em um hotel no dia 30 de setembro, após viajar de Caçador para a cidade paranaense que faz divisa com o Paraguai. No carro dele foram encontradas marcas de sangue e livros de crimes famosos, como o caso Elize Matsunaga.

O homem teria confessado o homicídio em conversas privadas. Os áudios foram gravados por amigos dele e entregues para a polícia. No entanto, desde que foi preso, o suspeito permanece em silêncio diante dos investigadores, dificultando a coleta de informações adicionais.

“Já pedimos a transferência dele para Caçador, porém existe um trâmite com a segurança pública do Paraná para que isso aconteça”, declarou o delegado Marcelo Colaço, da DPCAMI, que comanda as investigações. O caso em princípio é tratado como feminicídio.

Durante a coletiva de imprensa, a Polícia Civil de Caçador destacou a importância de esclarecer os fatos para evitar a propagação de notícias falsas que possam interferir no andamento do caso. O delegado Marcelo Colaço ressaltou o compromisso com a transparência e mencionou o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), representada por sua presidente, Cláudia Prudente, que acompanha o caso de perto.

Destino da ossada e investigação em curso

O exame pericial deve analisar não apenas os restos mortais, mas também outros elementos encontrados no local. O laudo é considerado fundamental para que a investigação prossiga com segurança jurídica e, caso confirmada a identidade, novos passos serão dados para esclarecer o que aconteceu e responsabilizar os envolvidos. (Caçador Online)

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