Pacientes com diabetes dizem ter dificuldades para encontrar insulina em unidades de saúde e em postos de farmácia popular no Rio


Há pelo menos quatro meses, o Conselho Nacional de Farmácias, fez um alerta sobre a indisponibilidade das insulinas “regular” e “nph” após fabricante Nordisk, divulgar comunicado sobre a falta de insumos. Falta de insulinas em farmácias e unidades de saúde no Rio preocupam pacientes com diabetes
Reprodução/TV Globo
Pacientes com diabetes reclamam da falta de insulina na Região Metropolitana do Rio. Problema com abastecimento de medicamento era previsto pelo Conselho Nacional de Farmácias.
Quem vai em busca de insulina para o tratamento contra a diabetes em farmácias, tem a mesma resposta: de que não há o medicamento.
“A gente não tem nenhuma informação. Nem a NPH, nem a Regular. É desesperador mesmo”, disse a atendente de uma farmácia.
“NPH” e “Regular” são dois tipos de insulina, usados como medicamento, que estão em falta, em diferentes cidades do estado do Rio. O que tem preocupado muitos pacientes.
Uma equipe da TV Globo esteve em farmácias em Bangu, na Zona Oeste do Rio, e em Nilópolis, na Baixada Fluminense, em busca do medicamento, mas sem sucesso.
Vendedores de farmácias dizem que não há previsão da chegada das insulinas.
Érica da Silva Barbosa, moradora de Irajá, Zona Norte do Rio, e portadora da diabetes tipo dois, diz que está preocupada com o sumiço do medicamento nas farmácias.
“Tem uns três meses que a gente está nessa dificuldade. Mês passado eu tive que comprar uma. Aí eu achei em uma única farmácia, que era em torno de R$60. Então, você imagina um medicamento que você tem direito a receber pelo governo, você tem a opção da farmácia popular, mas você também não acha. Então você acabar tirando da sua renda, que já é pouca para comprar uma ampola, que também não vai durar para sempre”, disse Érica.
Érica é uma pessoa com diabetes tipo 2 e diz que enfrenta dificuldades de achar o medicamento
Reprodução/TV Globo
O mesmo problema é enfrentado por Gilmara Oliveira Soares Nascimento, moradora de São João de Meriti.
“A única coisa que os atendentes dizem é que está em falta e não tem previsão previsão de chegar esse medicamento”, contou Gilmara.
A falta dificuldade de encontrar insulina também é vivida por Luiz Felipe da Costa em Nilópolis.
“Há dois meses eu estou com dificuldade de adquirir tanto em farmácia popular como em postos de saúde. A resposta que me dão é que está em falta e não tem previsão”, disse o morador da Baixada Fluminense.
Pacientes com diabetes enfrentam dificuldades de achar medicamento em unidades de saúde e em farmácias
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A falta do uso da insulina por quem tem diabetes causa o descontrole da glicose, o que pode gerar uma série de complicações à saúde. Entre as consequências, estão: a perda da visão, dificuldade na cicatrização de feridas, a amputação de membros, e, nos casos mais graves, pode levar à morte.
“As pessoas com Diabetes Tipo 1 precisam de insulina para sobreviver. As pessoas com Diabetes Tipo 2, dependendo do caso, há um aumento muito grande da glicose, sem a insulina. E isso pode acarretar em uma ida à Emergência, em complicações sérias, inclusive, em eventos agudos que podem ter consequências em longo prazo”, explicou Melanie RodackI, vice-presidente do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Aviso do Conselho de Farmácias
O problema de desabastecimento já era previsto. Há pouco mais de quatro meses, o Conselho Nacional de Farmácias havia alertado sobre a indisponibilidade das insulinas “regular” e “nph”, depois que a fabricante novo Nordisk divulgou um comunicado falando sobre a falta de insumos.
A autônoma Érica conseguiu uma caneta para aplicação de insulina em uma clínica da família de Irajá, mas não sabe por quanto tempo vai ser o suficiente. “É um risco de vida se eu não tiver o controle dessa glicemia”, contou Érica.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que os dois tipos de insulina estão com fornecimento regular no SUS.
Já sobre a falta de insulina na farmácia popular, o ministério disse que as farmácias têm autonomia para definir os produtos em estoque de acordo com a demanda.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que recebeu uma quantidade adicional de insulinas e distribuiu para os municípios.
Procurada pelo TV Globo, a drogaria Pacheco disse que não vai se manifestar.
As drogarias Raia e Venâncio alegaram que o abastecimento de insulinas está irregular e que a produção não tem sido suficiente para suprir a demanda.
A empresa Novo Nordisk disse que não há problemas para entregas no SUS e que tem tratado da indisponibilidade no fornecimento para os hospitais.
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