‘Pai’ do muro na fronteira entre EUA e México ganha cargo de confiança em novo governo Trump


Stephen Miller, ex-conselheiro de Trump, foi anunciado pelo republicano como vice-chefe de governo para a política. Miller está por trás das políticas mais duras de imigração adotadas por Trump entre 2017 e 2021. O ex-conselheiro sênior de Donald Trump, Stephen Miller, que foi nomeado como vice-chefe da Casa Branca para assuntos de política.
Andrew Kelly/ Reuters
O autor das medidas anti-imigração mais polêmicas da primeira gestão de Donald Trump está de volta ao governo dos Estados Unidos.
Na segunda-feira (11), Trump anunciou Stephen Miller, seu ex-conselheiro sênior, como o novo vice-chefe de gabinete para políticas, segundo relatos da imprensa norte-americana. A função é uma espécie de cargo de confiança do presidente dos EUA e um dos mais próximos do líder do governo.
Miller, um advogado de 39 anos, foi o criador das medidas mais rígidas adotadas por Trump para controlar a entrada de imigrantes. Entre elas, estão:
A construção do muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México, obra que terminou inacabada;
A proibição de entrada nos EUA de cidadãos de alguns países de maioria muçulmana;
A separação de milhares de crianças que tentavam entrar nos EUA de forma ilegal de suas famílias, uma medida fortemente criticada pela ONU e por organismos internacionais. Até hoje, centenas delas não conseguiram se reunir com seus pais.
“Esta é outra escolha fantástica do presidente. Parabéns Stephen Miller!”, disse na segunda-feira o vice-presidente eleito dos EUA, JD Vance.
Durante a campanha neste ano, Miller escreveu discursos para Trump e traçou planos linha-dura sobre imigração.
Depois de que Trump perdeu para o atual presidente dos EUA, Joe Biden, em 2020, o ex-conselheiro preside a America First Legal, uma organização que se dedica a lutar na Justiça por pautas conservadoras e que enfrentou nos tribunais o governo de Biden, grupos de mídia e universidades em casos envolvendo religião, segurança e liberdade de expressão.
Na segunda gestão de Trump, Miller deve ficar à frente da elaboração de um plano para tornar viável uma de suas principais promessas de campanha: a de fazer a maior operação de deportação da história dos EUA. O presidente eleito disse que quer deportar todos os imigrantes ilegais — cerca de 10 milhões no país.
Nos últimos dois anos, ele se dedicou justamente a detalhar juridicamente como funcionariam planos de deportação em massa.
O ex-conselheiro também deve liderar a busca por apoios políticos para o plano de deportação em massa. E vai trabalhar ao lado de Tom Homan, escolhido na segunda-feira por Trump para ser o “czar” das fronteiras entre os EUA e o México. O cargo é mais focado nas operações e monitoramento das fronteiras.
Homan foi diretor do departamento de Imigração e Alfândega dos EUA no primeiro mandato de Trump e também defensor das propostas radicais de Miller.
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