Padilha: se Trump quiser retaliar governo Lula, quem perde é ele

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, minimizou os impactos para o governo Lula da vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos na terça-feira (05/11).

Em entrevista ao Metrópoles, Padilha avaliou que a vitória de Trump terá mais impacto na “animação” dos apoiadores do republicano do que na relação entre os dois governos. Segundo o ministro, o Brasil está cada vez menos depentente dos Estados Unidos.

“Acho que vai ter um impacto mais na animação de alguns seguidores de um lado e do outro. Mas, em relação aos impactos da cooperação que a gente venha a fazer, a gente está cada vez menos dependente dos Estados Unidos. Se o Trump quiser fazer algum tipo de retaliação, sinceramente, quem está perdendo é ele, que vai estar perdendo um parceiro importante, que é o Brasil”, afirmou Padilha, responsável pela articulação política do governo Lula.

O ministro ponderou, contudo, que a postura de retaliação não tem sido a tradição de governos republicanos. “Se ele (Trump) quiser fazer qualquer tipo de retaliação, quem vai estar perdendo é ele. Não tem sido a tradição dos governos republicanos, inclusive, que sabem a importância do Brasil”, disse.

Trump pode ajudar Bolsonaro?

Ainda na entrevista, Padilha avaliou as chances de Trump, se eleito presidente dos Estados Unidos, conseguir exercer algum tipo de pressão no Brasil para reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. O ex-presidente brasileiro é apoiador declarado do candidato republicano.

Nos bastidores, bolsonaristas apostam que Trump poderia exercer pressão nas redes sociais ou por canais oficiais para tentar ajudar Bolsonaro no Brasil. Na avaliação do ministro de Lula, não há a menor possibilidade de isso acontecer, porque o Brasil é um país “soberano”.

“Só quem bate continência para a bandeira dos Estados Unidos para pensar desse jeito. O bolsonarismo pensa assim porque eles batem continência para a bandeira dos Estados Unidos. Só quem faz isso pensa desse jeito. O Brasil é um país soberano. É uma país cada vez mais colocado a assumir um protagonismo internacional nessa agenda de transformação ecológica”, afirmou.

Padilha ressaltou ainda que o Poder Judiciário brasileiro também é soberano. “Só fala isso quem bate continência para os Estados Unidos. Não tem relação direta com isso. O Brasil é um país soberano. Nosso sistema judiciário brasileiro é soberano”, destacou o auxiliar de Lula.

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