Eleições 2024: ministros de Lula devem apoiar adversários do PT

Cerca de nove ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem fazer campanha para candidatos adversários do PT e do próprio Lula. O petista tem feito esforços para unificar os partidos de sua base na eleição municipal deste ano. Em diversos casos, a medida parece não estar tendo sucesso.

Na disputa pela Prefeitura de São Paulo, maior cidade do país, o racha está na própria chapa que venceu o pleito presidencial: Lula vai apoiar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

O seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), apoia a deputada Tabata Amaral (PSB). Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo, também fará campanha para a correligionária e é um dos mais entusiastas de sua candidatura.

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Segundo informações publicadas em uma matéria do jornal Folha de S. Paulo neste domingo, 17, Alckmin e França têm atuado para garantir a candidatura do partido. Eles ajudaram a filiar ao PSB o apresentador de TV José Luiz Datena, cotado a vice na chapa de Tabata.

Na capital paulista, há divisões ainda maiores devido ao apoio prometido da ministra do Planejamento Simone Tebet (MDB) a Ricardo Nunes (MDB), que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro

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No Rio de Janeiro, o PT deve apoiar o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), enquanto o PSOL lançará o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) como candidato. Na esfera governamental, o PSOL é representado por Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.

As divisões de apoio também se fazem presentes nos municípios Belo Horizonte (MG), Belém (PA), São Luís (MA) e Macapá (AP).

A visão de Lula sobre as eleições municipais

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Lula está engajado em eleger o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) | Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Na conferência do PT no final do ano passado, Lula pediu engajamento por parte dos petistas e de seus ministros nas eleições. Para ele, o pleito municipal será novamente polarizado.

Em outra oportunidade, na última reunião ministerial, em dezembro, Lula fez um alerta aos seus ministros para que “evitem bolas divididas” nos municípios. Ele também pediu esforço de integrantes do seu governo por acordos entre candidatos de partidos da base. Para Lula, o ideal seria que isso ocorresse no maior número possível de cidades.

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Durante a reunião, o líder dirigiu-se a Alckmin e abordou o panorama das eleições em São Paulo. Na ocasião, Lula demonstrou desconforto com as críticas de Tabata a Boulos.

O PT está engajado em garantir a vitória do psolista em São Paulo. Para alcançar esse objetivo, o presidente coordenou pessoalmente o retorno da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) ao partido, designando-a como vice de Boulos.

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Em janeiro, o petista negou que tomará iniciativas para que Tabata abra mão de sua pré-candidatura para apoiar Boulos.

“Jamais iria tentar corrompê-la com um cargo [no governo] para não ser candidata a prefeita”, disse Lula, em entrevista à Rádio CBN Recife. “Ela sabe o que pode fazer, ela tem noção do que é São Paulo, se ela quiser ser candidata a prefeita, ela irá, não é o presidente Lula que vai impedir”

Na entrevista, Lula também disse que “é necessário que o bolsonarismo seja vencido em São Paulo”. As eleições municipais estão previstas para o dia 6 de outubro.

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Fonte : Revista Oeste

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