La Niña pode trazer alívio nas chuvas, mas seca já preocupa especialistas

Após uma temporada marcada pelo fenômeno El Niño, que trouxe ondas de calor e chuvas intensas em diversas regiões do Brasil, o país se prepara para a chegada de seu oposto, La Niña. Previsto para iniciar a partir de junho, o fenômeno deve trazer alívio momentâneo em algumas áreas, mas a seca pode agravar a situação da agricultura, alertam cientistas.

Marcelo Seluchi, coordenador geral do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), destaca que a sucessão dos fenômenos não é comum e requer acompanhamento. A influência do La Niña deve causar chuvas acima da média na região Norte, Minas Gerais e Bahia, enquanto no Sul, as chuvas devem ficar abaixo da média, aliviando a situação de enchentes recordes provocadas pelo El Niño.

Tércio Ambrizzi, pesquisador do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP), analisa que o La Niña pode trazer seca prolongada para o Sul, afetando a agricultura e reservatórios de água. O último El Niño já deixou marcas no agronegócio, com prejuízos na safra de milho no Rio Grande do Sul e atraso no plantio da soja em todo o país.

No Sudeste e Centro-Oeste, a seca preocupa, especialmente no Pantanal, onde rios importantes estão abaixo do esperado. A bacia do rio Paraná também enfrenta tensão devido à seca hidrológica, que pode impactar as usinas hidrelétricas.

José Marengo, climatologista do Cemaden, ressalta que o resfriamento do Pacífico Equatorial previsto com o La Niña não muda a tendência de aquecimento global de longo prazo. Embora o fenômeno possa trazer um alívio momentâneo nas ondas de calor, o mundo continua aquecendo.

A transição do El Niño para La Niña e seus impactos climáticos exigem atenção e preparo das autoridades e da população para enfrentar os desafios que podem surgir nas diferentes regiões do Brasil.

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